Fresno reinventa o rock nacional com peso e poesia

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Fresno reinventa o rock nacional com peso e poesia

Cantor-Fresno

Banda aposta em som agressivo, letras densas e parcerias inusitadas no disco mais ousado da carreira.

Quem achava que o tempo do emo nacional tinha ficado nos anos 2000 se enganou — e a Fresno tá aí pra provar isso com um dos álbuns mais potentes de sua trajetória. O disco “Vou Ter Que Me Virar”, lançado recentemente, é um verdadeiro soco na cara da mesmice musical. Com riffs pesados, letras existencialistas e críticas sociais afiadas, a banda mostra que amadureceu — e muito — sem perder sua identidade.

A formação liderada por Lucas Silveira, ao lado de Mario Camelo e Thiago Guerra, apostou num projeto visceral, onde cada faixa carrega uma intensidade sonora e emocional brutal. É rock, é pop, é eletrônico — é a Fresno em sua forma mais livre.

O som do caos urbano e emocional

Com o mundo em constante colapso, a Fresno transformou angústia em arte. Em faixas como “Já Faz Tanto Tempo”, “Casa Assombrada” e “E Tudo Vai Ficar Pior”, a banda fala sobre ansiedade, solidão, política, desilusão e também esperança. O disco é praticamente um diário dos tempos modernos, embalado por guitarras distorcidas e batidas que abraçam o eletrônico e o trap.

A banda também brinca com atmosferas, criando climas tensos e cinematográficos. O álbum flerta com influências que vão de Bring Me The Horizon a Radiohead, passando por Twenty One Pilots e Boogarins. Uma mistura ousada, que dá certo — muito certo.

Feats inesperados: Emicida, Lulu Santos e até MCs do trap

Um dos grandes trunfos do novo álbum da Fresno é a lista de colaborações. A banda não teve medo de atravessar gêneros, trazendo nomes como:

  • Emicida, no hino “Convicção”, que mistura rap e rock com mensagem potente sobre resistência e identidade;

  • Lulu Santos, numa parceria que surpreendeu os fãs mais antigos e mostrou versatilidade com a faixa “Já Faz Tanto Tempo”;

  • E até artistas do trap nacional como Martelin e CHS, em faixas que incorporam 808s, autotune e versos afiados, dando uma cara moderna ao som.

Essas misturas criam um disco vivo, plural e extremamente atual, que reflete o espírito inquieto da Fresno.

Visual e conceito

O trabalho visual do álbum também merece destaque. A capa, sombria e abstrata, reflete a densidade lírica e musical do projeto. Os clipes lançados são quase filmes curtos, com direção artística elaborada e estética que mistura o urbano com o existencial.

Lucas Silveira tem se mostrado cada vez mais como um artista completo — produtor, compositor, designer e até filósofo de Instagram, com reflexões que viralizam nas redes.

Fãs antigos e novos conectados

O mais impressionante é como a banda conseguiu manter seu público das antigas — que acompanhava os hits do Orkut e MTV — e ao mesmo tempo atrair uma geração nova, que vê na Fresno um som alternativo de qualidade e identidade. A presença deles no TikTok, Twitter e plataformas de streaming é forte, com engajamento sincero e apaixonado.


Finalização

A Fresno nunca foi só uma banda de rock. É um fenômeno de persistência, reinvenção e verdade artística. Com seu novo álbum, ela grita — alto, pesado e necessário — sobre tudo que sentimos e vivemos, e ainda encontra beleza no caos. Por isso, merece estar no topo, com destaque aqui no Giro Regional, como um dos nomes mais importantes da nova música brasileira.


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